Na manhã de quinta-feira (18), os vereadores Joelma Franco da Cunha (PTB) e Ademir Souza Floretti Junior (Republicanos), em parceria com outros representantes do Poder Público, ajudaram a organizar o evento Maio Laranja, uma campanha contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A escolha da data não foi aleatória, uma vez que o dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate a esses crimes. Além disso, vale destacar que o Maio Laranja é resultado da Lei Municipal nº 6.346, de 2021, de autoria dos vereadores Ademir e Joelma. 

Ao lado dos vereadores mencionados, compuseram a mesa do evento Regina Navas (Dirigente Regional de Ensino) e as secretárias, Ana Peruchi (Educação) e Cristina Puls (Assistência Social). E, para ajudar a orientar o público sobre como combater e prevenir esses crimes, os organizadores convidaram Luciana Mostardinha (funcionária pública da Delegacia da Mulher de Mogi Guaçu) e representantes do Conselho Tutelar para compartilhar a experiência profissional de muitos anos. 

Em primeiro lugar, os organizadores e palestrantes destacaram a importância de conquistas nessa luta como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), em 1990, e do Dia Nacional de Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes (instituído em 2000), para que crianças e adolescentes sejam reconhecidas como sujeitos de direitos e para romper o silêncio em torno desses crimes.

De acordo com a explicação das autoridades e profissionais da área, em praticamente todos os casos, os abusadores são pessoas do círculo de conhecidos ou do âmbito familiar da vítima, "alguém de confiança ou acima de qualquer suspeita." Assim, a partir do momento em que as vítimas passam a ser reconhecidas como sujeitos de direitos, suas vozes passam cada vez mais a ser ouvidas e reconhecidas, com isso, aumenta significativamente a chance de as vítimas relatarem algum comportamento estranho que tenham presenciado ou algum abuso sofrido. 

Esse processo também ajuda a evitar que a vítima internalize a responsabilidade e a culpa por tais crimes, contribuindo para denunciar o caso e na recuperação da vítima. 

Pensando nesses fatores, Luciana Mostardinha defende que eventos como o Maio Laranja aconteçam com maior frequência nas escolas. Para que profissionais possam esclarecer mães, pais, professores e funcionários sobre como desenvolver um olhar observador. E para que, na medida do possível e com todo cuidado e uma abordagem adequada, as crianças e adolescentes também possam ser esclarecidos. De acordo com Mostardinha, às vezes a vítima criança não irá relatar algo para o professor ou a mãe, mas para a amiga, e essa pode passar o relato aos responsáveis. 

Outro ponto destacado pelas autoridades é que pode haver uma ligação entre violência doméstica e a violência sexual contra crianças e adolescentes, e que tais crimes podem acontecer em todas as classes sociais. 

 



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