Na tribuna livre da sessão ordinária desta semana, Carlos Pereira, gerente do Sindicato Rural de Mogi Mirim, apresentou os números do setor no Município e reforçou o pedido dos agricultores por mais empenho da Administração Municipal na manutenção das estradas rurais e na questão da segurança no campo. Para que isso se concretize, a Administração precisa, na visão do representante, destinar mais recursos para a Secretaria de Agricultura: "Nós precisamos de recursos minimamente proporcionais ao que nós produzimos", defendeu. Após sua argumentação, Pereira respondeu a perguntas dos vereadores.
Exposição
Pereira iniciou sua exposição contando um pouco da história dos produtores rurais de Mogi Mirim: "Nos últimos quarenta anos assistimos ao setor agropecuário de Mogi Mirim passar por várias transformaçôes em relação aos ciclos de culturas aqui produzidas. Sendo os mais representativos na sequência cronológica: o café, o algodão, a mandioca, depois veio o citrus (laranja e limão), agora a fruticultura, cereias, entre outras bastante expressivas."
Em seguida, para mostrar a força do setor primário no Município, o representante do sindicato patronal comparou: enquanto no estado de São Paulo, os trabalhadores rurais representam aproximadamente 2,3% da força de trabalho; em Mogi, esse número chega a 6%. "Num total de 1.773 empregos formais, fora os temporários e diaristas. Conforme IBGE de 2020." Pereira também mencionou que no ranking do Programa [Estadual] Município Agro, Mogi Mirim estava em 6º lugar, entre 347 municípios.
Carlos Pereira destacou ainda que a agricultura é uma "atividade de alto risco", com muitas variáveis como clima, pragas e doenças, volatilidade dos preços e (falta de) infraestrutura para escoar a produção. "Antigamente, as pessoas diziam: 'você tem que estudar para não ir para roça'. Agora, você tem que estudar para ir para a roça", disse, ressaltando a qualificação e o trabalho dos produtores rurais e a atuação de órgãos de apoio como o Sindicato Rural para lidar com esses desafios.
Por fim, protestando contra a situação das estradas rurais e a falta de segurança (segundo Pereira, Mogi Mirim registrou, nos últimos anos, a média de um trator furtado por semana), o gerente do Sindicato Rural pediu mais empenho da Gestão Municipal e mais recursos para a pasta. Na opinião de Pereira, apesar de ter aumentado (de R$ 1,1 milhão para R$ 2,5 milhões), o orçamento da área ainda é mínimo para um setor que, segundo ele, movimenta R$ 600 milhões por ano no Município. Carlos considera que um orçamento justo para a Agricultura seria de pelo menos R$ 25 milhões e acrescentou que os produtores vão buscar esse aumento nas audiências sobre a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual).
Questionamentos
Resumidamente, os vereadores questionaram Carlos Pereira a respeito de sua opinião sobre o consórcio CEMMIL, sobre a gestão na Secretaria Municipal de Agricultura; sobre as propostas para a pasta alcançar maior particpação no orçamento municipal; se o sindicato deveria reivindicar mais manutenções nas estradas rurais ou melhor infraestrutura nessas estradas; entre outros assuntos.
Pereira afirmou haver um diálogo com a gestão, através da Comissão das Estradas, mas relatou preocupações com relação aos problemas e a importância de se fiscalizar os serviços terceirizados. Com relação as propostas, o representante mencionou a próxima audiência pública a ser realizada sobre a LDO e a intenção de buscar um aumento para pelo menos 3% do orçamento.
Já a respeito das estradas rurais, afirmou: "Na situação que estão as nossas estradas rurais não se trata de manutenção. Estamos longe de infraestrutura. Trata-se de recuperação. Porque uma estrada bem feita dura quatro ou cinco anos"
Clique no link para ver assistir a apresentação e as perguntas na íntegra.