Reunião na Câmara discute segurança nas escolas

Nessa quinta-feira (14/04), dezenas de mães e pais compareceram a uma reunião no plenário da Câmara Municipal para discutir o que está sendo feito pela segurança das unidades educacionais. No encontro, os integrantes da comunidade escolar e representantes do Poder Público também apresentaram mais propostas para melhorar essa proteção à comunidade escolar, principalmente com relação às crianças, jovens e profissionais da educação.

A reunião foi uma iniciativa dos vereadores Sônia Regina Rodrigues Módena (PSD) e João Victor Gasparini (União Brasil) e contou com a presença do Presidente da Câmara, Vereador Dirceu da Silva Paulino (Solidariedade), dos vereadores Ademir Souza Floretti Junior (Republicanos), Alexandre Cintra (PSDB), Luis Roberto Tavares (PL), Luzia Cristina (PDT) e Tiago Cesar Costa (MDB). Representados por sua assessoria, estiveram presentes os vereadores Joelma Franco da Cunha (PTB) e Cinoê Duzo (PTB). Já pelo Poder Executivo, compareceram os secretários Ana Peruchi (Educação), Luiz Carlos Pinto (Segurança Pública), Regina Navas (Dirigente Regional de Ensino) e Silvia Ferrão (psicóloga e professora da rede municipal). E também compareceram representantes da segurança pública: João Rissato (Delegado da Polícia Civil), Capitão Tiago Coradi (Polícia Militar) e Marcelo Massini (presidente do Conselho Municipal de Segurança), entre outros.

Inicialmente, o Vereador João Victor Gasparini explicou algumas características dos ataques ocorridos recentemente nas escolas em diferentes cidades do Brasil. Segundo sua exposição, nesses atentantos "a violência é praticada como forma de satisfação, manifestação do ódio pelo ódio, sem receio de punição e conservada via redes sociais."

Ainda de acordo com a explicação do vereador, esses atos visam espalhar o pânico e o agressor busca exposição. Gasparini mostrou também os números de atentados nos últimos anos e um estudo, da pesquisadora Michele Prado (USP), que traça uma relação entre os ataques e conteúdos extremistas e nocivos presentes na internet e nas redes sociais. João Vitor explicou que durante a pandemia (e depois dela), com a maior utilização da internet, esses conteúdos nocivos também passaram a ser mais acessados, muitas vezes sem filtro ou barreira por crianças e adolescentes, que são mais vulneráveis a eles.

"Como vocês, pais, e nós como sociedade podemos evitar esse tipo de questão no que se refere ao estímulo ao ódio pelas redes?", de acordo com Gasparini, há três pontos fundamentais: 1- controlar o tempo de uso de internet do filho e acompanhar o que ele tem visualizado; 2- observar com atenção se o jovem manifesta interesses estranhos, como facas, armas e episódios violentos; 3- observar a mochila escolar.

Em seguida, o vereador apresentou o que as escolas, por sua vez, podem fazer: 1- ações de convivência dentro do espaço escolar, que estimulem clima de paz; 2- acompanhento psicológico, com apoio dos alunos, na identificação de comportamentos estranhos; 3- trabalho sobre o uso correto das redes sociais. Gasparini destacou o papel dos próprios estudantes nessas questões, porque são eles quem vivenciam, no dia a dia e com mais proximidade, o ambiente escolar e o comportamento dos colegas. João Victor também frisou a importância da educação digital, argumentando que é inadequado proibir o jovem de utilizar as redes sociais, uma vez que as novas gerações cresceram com elas. Para o vereador, é preciso ensinar um uso correto, criterioso.

Em sua fala, a psicóloga e professora Silvia Ferrão também defendeu a importância da educação digital e do diálogo, sobretudo entre pais e filhos, para que esses tenham os pais como principal referência. Além disso, ela afirmou que todas as crianças precisam receber atenção e cuidados e que não se deve nunca expor a criança. Regina Navas, por sua vez, reforçou a necessidade de a escola e o Poder Público elaborar ações de valorização da vida e disse: "Nós da educação estamos trabalhando paz, limites e valores."

"Nós queremos que nossas crianças melhorem seu conhecimento, seu ler, seu escrever, seu contar. Nós temos que ter duas palavrinhas na nossa vida: amor a elas; e esperança para elas. Isso tudo vai passar", disse Ana Peruchi, Secretária de Educação.


Medidas adotadas pelo Município

As medidas que já foram tomadas pelo Município para aprimorar a segurança da comunidade escolar foram apresentada pela Vereadora Sônia Módena, que também chamou a atenção para o trabalho das forças de segurança e a importância do esforço de todos para enfrentarmos esse problema: "A segurança pública é obrigação do Poder Público, mas é dever de todos nós. Unindo obrigação com o dever, a gente vai conseguir chegar num ponto. O primeiro ponto que eu gostaria de falar pra vocês, já adotado pelo Município, é o botão do pânico." Em sua apresentação, ela listou ainda as seguintes medidas:

- Aumento da ronda escolar da Guarda Civil Municipal (GCM);

- Ação integrada entre as pastas de Educação e Saúde, para acompanhamento psicológico nas escolas;

- Aumento em 30% do valor do PAFE já neste ano para pequenas intervenções nas escolas, conforme a necessidade;

- Atendimento às escolas com problemas em pontos de acesso, como interfones, alambrados, muros e portões.

Prosseguindo a discussão, João Rissato (Delegado da Polícia Civil) falou sobre a necessidade de maior participação do Poder Público e da sociedade na vida dos jovens, assim como sobre o trabalho de investigação da Polícia Civil sobre as ameaças e a importância das denúncias. Rissato também destacou a importância de se registrar boletim de ocorrência, mesmo nos casos menos graves.

Já o Capitão Tiago Coradi explicou como a Polícia Militar está atuando para evitar um ataque, por exemplo, através da intensificação das patrulhas nas proximidades de unidades de educação, e também ressaltou que diante de uma situação suspeita, as pessoas devem ligar para o 190. Além disso, o capitão ensinou aos presentes como utilizar o aplicativo 190 SP.

Propostas das mães e pais presentes na reunião

- Reforçar as orientações aos funcionários sobre o controle de acesso às unidades educacionais;

- Segurança em período integral nas escolas com apoio da APM (Associação de Pais e Mestres);

- Armários nas escolas;

- Chamamento federal para programa de implementação de câmeras de segurança nas escolas;

- Relação entre pais e escola.

 

 

  

   

 

   

 



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