Na tribuna livre da 27ª Sessão Ordinária, o educador Jacinto Cardoso compareceu ao plenário para falar sobre o mártir abolicionista mogimiriano, Joaquim Firmino de Araújo Cunha, e os 135 anos de seu assassinato, em 1888.
"É com muita responsabilidade que eu venho falar de Joaquim Firmino", iniciou Cardoso, relacionando a história de Joaquim com acontecimentos locais e a história nacional.
Joaquim Firmino assumira o cargo de delegado em 1885, um cargo que na época era indicado pelas elites locais (constituída, então, em grande parte por fazendeiros escravocratas), para cumprir ordens do interesse dessa elite. Joaquim Firmino, no entanto, como explicou o professor Cardoso, foi uma pessoa que sentiu a dificuldade que pairava sobre os escravizados.
Participante ativo do movimento abolicionista que acontecia em todo o Brasil, o jovem Joaquim Firmino passou a se recusar a prender escravos fugidos. Além disso, Firmino começou a auxiliar os escravos nessas fugas, chegando a escondê-los em sua própria casa.
Essa atuação contrariou a vontade dos fazendeiros escravocratas, que reuniram cerca de 200 pessoas armadas e assassinaram brutalmente o delegado, no dia 11 de fevereiro de 1888. O crime gerou tamanha reação da população, local e nacional, que a cidade vizinha de Mogi Mirim, Penha do Rio do Peixe (onde um dos autores do crime administrava uma fazenda) precisou mudar de nome, passando a se chamar Itapira.
"É um cidadão que, pela minha pesquisa, eu coloco no patamar de Joaquim José da Silva Xavier, o mártir da independência. Para Jacinto Cardoso, Joaquim Firmino é "o nosso Tiradentes".
Depois de sua apresentação, respondendo a perguntas dos vereadores, o professor falou sobre a urgência de Joaquim Firmino de Araújo Cunha ser mais estudado nas escolas, assim como, sobre a necessidade de haver mais homenagens a Firmino, como por exemplo, a instalação de um busto em um local de grande visibilidade no Município.
